quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mais uma, pra fechar o dia

A vida anda bem corrida por aqui. As postagens tem perdido o caráter do saudosismo e virado meio que um lance de prestação de contas. Não sei pra quem, talvez pra mim mesma. Na responsabilidade de manter este espaço ainda vivo. Tenho muitas idéias de postagens, todo dia. Mas acho que a jornada dupla de trabalho tem me dispersado bastante, o que não me sobra tempo pra postar sobre coisas bacanas da vida em si. O que não é, de modo algum, ruim. Pelo menos pra mim.

A saudade ainda é constante, mas tenho conseguido me desapegar de muita coisa. Tô conseguindo esquecer datas importantes que a Federação me trouxe, por exemplo (coisas que sempre me lembrava delas). Quando me lembro, vêm mais saudades. Tenho lido emails antigos e chorado com eles, mas sem tristeza. Choro de alegria de ter vivido tempos bons. E aí reconheço que os tempos que vivo atualmente são igualmente bons. Não deixei de sair com amigos, não deixei de tomar cerveja (mesmo que mais moderadamente - leia-se: não tomo todo dia), não deixei de fumar. Acho que finalmente fiquei um tanto mais responsável.

Às vezes me lembro de algumas frases, de amigos importantes [lendo emails antigos, me lembrei de quando me falaram que "até mesmo as coisas ruins viram boas, com o tempo". E dou risada sozinha vendo como isso é tão verdade]. Às vezes os amigos se lembram de mim e me ligam pra falar da vida. Às vezes me encontro com outros amigos no bar e ficamos horas bebendo. Eu sempre me lembro deles, mas nunca faço contato. Como é meu jeito de ser. Mesmo quando a saudade aperta, fico na minha [porque sou uma pessoa muito chata quando resolvo manter contato]. E me lembro de bons momentos, e fico imaginando se todo mundo continua tão bem quanto na última vez que nos vemos. Devem estar, espero que sim. Mas ainda sinto falta dos emails gigantes de cada dia [mesmo que a culpa de terminar com essa rotina tenha sido minha], sinto falta de conversar mais sobre a vida do que sobre trabalho.

Virada Cultural 2010

Já me adiantando, aqui vai minha programação pra Virada desse ano!

18h - Barbarito Torres e Ignacio Mazacote - Pça. Julio Prestes
20h - Grand Mothers – Re:invented - Av. São João
22h - Big Brother & the Holding Co. - Av. São João
23h - Booker T - Ladeira São João
01h - The Temptations - Ladeira São João
03:30h - Carnavelhas: Tributo a Adoniran Barbosa - Av. São João
05h - Double You - Vieira de Carvalho
07h - vago [hora de descansar um pouco em casa!]
09h - Nito Mestre - Ladeira São João
11h - Jerry Adriani - Vieira de Carvalho [mesmo correndo o risco dele cantar algumas do Legião...se for assim, vou ouvir o Piano na Praça!]
12h - Toquinho - Pça. Julio Prestes
13h - Encontro de bandolins - Estação da Luz
15h - ABBA: the Show - Pça. Julio Prestes
16h - OSESP - Estação da Luz
18h - Cantoria – Elomar, Xangai, Vital Farias e Geraldo Azevedo - Pça. Julio Prestes

O final ficou bem concentrado na Cracolândia [e bem corrido também], o que é bom por evitar muito deslocamento. E também é bom porque os bares de lá são bem baratinhos.

O triste é que o Theatro Municipal ficou de fora...vi shows muito bons lá. Apesar da fila sempre muito grande, era um lugar meio que sagrado. A primeira vez que entrei lá foi na Virada de 2005, pra ouvir Francis Hime.

Mas, o melhor é que minha casa agora é bem perto de tudo!

domingo, 25 de abril de 2010

Samba

Acho que muita gente já ouviu que São Paulo é o túmulo do samba. Frase esta cunhada por Vinícius de Morais e repetida na "Sampa", de Caetano Veloso.

Bom, não foi isso que vi nesse fim de semana aqui na capital. Apesar de gostar mais de rock do que de outras vertentes musicais, sempre abro espaço pra música de qualidade. E, por isso mesmo, fiquei um bom tempo no sábado na ladeira São Bento vendo o povo sambando ao som de um grupo musical.

Nesse domingo, repeteco de samba. Domingo no parque Ibirapuera, de manhãzinha, show em homenagem aos 100 anos de Adoniran Barbosa, que foi acompanhado por um bom tempo pelos Demônios da Garoa, que existe desde 1943, o mais antigo grupo vocal do mundo. E estavam lá tanto os Demônios quanto Roger (do Ultraje a Rigor), Vania Bastos, Língua de Trapo.

[update: foto tirada daqui]

E, pra surpresa geral, o "Arnesto" foi convidado e também apareceu! "Arnesto" (cujo nome verdadeiro é Ernesto, claro) é o cara imortalizado no "Samba do Arnesto", amigo de Adoniran desde os tempos que morava no Brás. Aos 95 anos, se mostrou muito lúcido, relembrou a passagem da vida que deu origem ao samba e chorou ao receber inúmeros aplausos. Confesso que, quando anunciaram o nome dele, escorreram algumas lágrimas do meu rosto...

Não sei qual a repercussão de Demônios da Garoa fora da capital, mas tô pra ver algo mais paulistano que eles. A prova de que, se São Paulo é o túmulo do samba, eles são os melhores coveiros que existem.

Enfim, show muito bom, muitas músicas boas, homenagem muito bem feita. Um domingo no parque muito agradável e de lavar a alma.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mestrado

Voltei a ficar animada com a idéia de fazer um mestrado. Na última vez que pensei sobre isso, em 2008, não tinha pensado tanto, e acabei deixando o projeto de lado. Mas agora, vendo minha chefe estudando, e depois de ler pedaços de uma tese de uma campineira sobre o ensino de tecnologia nas faculdades, voltei a pensar mais firme e mais seriamente sobre isso. Vou ter de relembrar os passos de se fazer um mestrado na USP e tentar, de verdade. Ah, do tema, penso bastante na questão do ensino de Arquitetura e Urbanismo no país. Mas quando tiver algo mais firme e melhor pensado escrevo por aqui sobre. Fica, por enquanto, a animação e as idéias fervilhando!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Era uma vez

Era uma vez um país. Este país viveu mais de 300 anos sob administração de ditadores. Em cerca de 300 anos nenhum cidadão podia eleger seu representante máximo, em nenhuma instância. Nesse tempo todo, foram os anos que este país mais fortaleceu sua infra-estrutura e mais (rodovias, ferrovias, indústrias, por exemplo). Não a toa, ainda conhecemos pessoas desse país que evocam com paixão e saudosismo os anos ditatoriais.

As pessoas desse país, por não conviverem a tanto tempo com o sufrágio universal, se acostumaram logo a ficar à mercê dos líderes, mesmo em tempos de democracia. As cobranças dos cidadãos, quando existiam, eram logo repelidas pela polícia (que, obviamente, foi criada para proteger o governo e não a população - só depois alguns membros desse órgão tiveram a noção que a polícia estava a serviço da justiça, seja de que lado fosse).

Por nunca terem convivido muito tempo com a opção da escolha, as pessoas desse país também se acostumaram com as mazelas do país e com a ineficiência do governo (que nunca se acostumou à servir à população, preferindo sempre a servir a si mesmo, em todos os sentidos - econômico preferencialmente). Era comum dizerem que sempre foi assim, nunca mudou e nunca vai mudar.

Não dá pra entender se isso era um pessimismo generalizado, era questão de cultura, simplesmente apatia ou medo da tal polícia.

E, por isso mesmo, aceitavam de bom grado que serviços essenciais à vida, como saneamento básico e eletricidade, fossem monopolizados. Numa primeira fase, esse monopólio era do governo. A partir de um tempo, o governo repassou esse monopólio a outras empresas, para que estas controlassem tanto as tarifas quanto a qualidade do serviço. Essas empresas chegaram à conclusão que terceirizar o serviço dava mais lucro e menos dor de cabeça. Porque o problema não era deles mais, e sim da terceirizada. E terceirizadas, nesse país, faziam o trabalho pelo menor preço com a pior qualidade possível, dado o material de péssima qualidade e mão-de-obra tão ruim quanto. Tudo pra gastar menos e ter mais lucro.

Essas empresas, com livre arbítrio, começaram a se estruturar melhor, ganhando um lucro considerável em cima de serviços essenciais. Com mais lucro por menos qualidade, uma dessas empresas chegou até mesmo a aplicar a grana numa bolsa de valores no país mais poderoso deste mundo. E o lucro quadruplicava em semanas. A qualidade piorava a cada dia. Tinham a certeza de que, se alguém reclamasse, podia ficar sem tal serviço, numa certa brincadeira de represália.

Já que eram os únicos a dar tal serviço, ninguém se atrevia a contestar sua autoridade no assunto. Afinal, era a única mesmo, as pessoas de tal país tinham de se contentar com isso...E o país ficou nisso por um bom tempo. Não há registro de que algo tenha melhorado nesse quesito.

[Esse post vai em "homenagem" aos inúmeros palavrões proferidos hoje a uma certa empresa de saneamento básico. Provavelmente escreva mais sobre esse país daqui a um tempo. Até porque não falei nada da área que atuo diretamente: a habitação.]

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Aniversário

Ao contrário do ano passado, esse ano tive muito o que pensar. Foi um ano de convivência em São Paulo, de emprego fixo, de muitas emoções, de muita virada. Não teve nenhum show no dia anterior, mas teve uma espécie de open-house muita boa em casa! Mesmo que algumas pessoas importantes na vida não tenham ido, foi muito bacana! Um amigo do tempo do colegial, a maioria dos sócios, meu braço-direito e o pessoal mais "velho" da "família" apareceram em casa, e, nesse exato momento, mesmo eu bêbada tendo de acordar daqui a quatro horas, quero registrar o carinho não só dos queridos que vieram em casa numa terça-feira chuvosa e fria, tanto àqueles que me ligaram e me mandaram mensagens....geralmente eu já fico muito feliz quando minha avó de sangue me liga, pois é sempre a primeira a me desejar os parabéns. Mas quando amigos fazem questão de te ligar ou de mandar coisas por escrito....e ainda outros que aparecem em casa, conversando e contando histórias da vida...Nesse momento fico extremamente feliz por todos que conheço. Fico feliz pelos amigos e pela família que me permitiram ter e fazer parte. E só resta dizer o quanto tenho carinho por todos eles...

Puta aniversário bom! Que seja assim por um bom tempo!

sábado, 3 de abril de 2010

Páscoa

Desde 2006, eu passava a páscoa longe da família de sangue. O EREA da SP sempre coincidia com esse feriado. Além dos problemas familiares, esse foi mais um motivo pra ficar longe deles. Lembro que em 2007 meu aniversário coincidiu com a páscoa e com o EREA, em São Carlos. A delegação unicampense até comprou bolo e comemoramos meu aniversário no exato dia 06, na festa da noite. Ganhei muita cerveja dos amigos, hehe! Foi bem surreal comemorar os 24 anos num Encontro...

Esse ano, que me estabeleci na capital e finalmente poderia passar esse dia com a família, são eles que resolvem viajar ou ter outros compromissos. Minha irmã em Goiânia, minha mãe no interior paulista, meu pai trabalhando até de domingo. Vai ser a páscoa mais solitária que já tive (já que não fui pra casa dos meus parentes rio-pedrenses, como eu costumava fazer quando tava em Campinas). Mas, de certa forma, fui eu que iniciei isso, quando toda páscoa eu dizia que tinha de ficar em Campinas fazendo trabalhos ou viajar. Meus pais e irmãos se acostumaram a ficar longe de mim e, de certa forma, eu deles.

Mas não deixa de ser esquisito passar a páscoa em casa, sozinha. Nem é ruim, só esquisito. Ainda mais pra alguém que não é cristã, mas de família tradicionalmente católica.