domingo, 28 de março de 2010

Fim de semana prolongado

O fim de semana começou com uma reunião na quinta à noite e uma breja num dos bares da Maria Antônia. Lugar absurdamente insuportável por conta de estudantes toscos bêbados. Acho que, definitivamente, saí desse mundo.

Continuou com a tatuagem feita na manhã da sexta. Finalmente ela foi feita. Do jeito que eu queria e tudo mais. Doeu muito mais que a anterior, no pulso. Mas valeu cada linha. Só vou dar um retoque daqui a um mês, mas nada de mais. Pausa para ir pra Embu trabalhar a tarde (e virar a sensação do escritório, mostrando e falando da dor da nova tatuagem). Volta pra SP, festa de formatura da madrinha querida à noite no Edifício Itália. Com o braço doendo e inchadaço. Valeu a pena ter bebido de whisky a cerveja, ter conseguido fumar na varanda nas costas do guardinha - que tava lá pra assegurar que ninguém fumasse. Valeu a pena ir numa festa chique.

No sábado, algumas cervejas com amigas do tempo do colegial e apresentação da minha casinha no centro. Muita fofoca colocada em dia, muita saudade matada. Incrivelmente sem ressaca. Após elas irem embora, mais algumas cervejas com outro amigo querido, e logo após, um pulo até a praça da República pra ver mais dois amigos. Uma delas me faz muita falta no dia-a-dia. Foi bom ver que ela está muito bem. Pena que o tempo foi muito curto.

Aí domingo foi dia de almoço com o irmão e de descanso. E de cuidar mais e melhor da minha nova aquisição.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Trote

Lembro que, quando fui fazer a matrícula no curso de Arquitetura e Urbanismo na UNICAMP, lá em 2002, os veteranos me receberam super bem. Apesar do medo do novo, eu tava disposta a ser pintada e tudo mais, sempre dentro do bom senso.

Na primeira semana de aula, muitas brincadeiras, muito passeio pelo campus, muita pintura na cara e na camiseta. Mas, apesar de parecer mentira, os veteranos sempre deixaram claro que participava quem queria. Eu mesma demorei uns 4 anos pra ajudar a construir o forno de pizza, que os bixos sempre fazem no primeiro ano. Ou tinha preguiça, ou tava cansada, ou chegava tarde demais...mas nunca me obrigaram. Ajudava, sim, na confecção das pizzas, na grana das cervejas (bebia horrores), mas sempre com muita diversão.

Tive sorte de sempre participar ou de ajudar a organizar trotes muito bacanas e sem nenhum apelo pornográfico e sem humilhações sexistas. Até o ano que saí da faculdade, os trotes eram limpos. O que nunca significou que o povo fosse careta. Apenas tínhamos bom senso e queríamos que o calouro entrasse na faculdade sabendo que podia contar com a gente, no melhor sentido da palavra.

Lembrei disso porque hoje, conversando com minha irmã, ela me disse que tá sofrendo uma série de retaliações no orkut, por causa de um depoimento que ela deu pro jornal da Record. Ela e uma amiga presenciaram mais um desses trotes imbecis, violentos e babacas. Tipo o que o povo das Engenharias da UNICAMP aplicavam em seus bixos.

O principal, e o mais escroto, na minha opinião, eram os gritos de guerra recheados de xingos, obscenidades e, logicamente, machismo. Repito que não faço parte da ala careta da UNICAMP, mas passo longe da vulgaridade, desrespeito e imbecilidade desse tipo de trote. Achei que tinha acabado esse tipo de trote nas faculdades por aí.

Mas, o que me chocou mais do que ver que isso ainda existe, é o fato dos calouros e veteranos da referida faculdade que minha irmã presenciou encararem isso como algo absolutamente normal, dentro das tradições da tal faculdade.

Não entendo como é normal gritos de guerra chulos e escrotos, e entendo menos ainda a razão de se perpetuar isso.

Entendo, ainda menos, a razão do povo da tal faculdade defender isso com unhas e dentes, dizendo que ninguém foi obrigado a ficar gritando tais palavras (claro que não foram obrigadas, mas foram coagidas a agir igual ao bando que formavam parte, para se sentirem amigos, incluídos no meio, sem chance de algum raciocínio lógico no meio dessa imbecilidade - tá cheio de casos típicos de filme norte-americano, em que, se vc não faz o que tão te falando, acaba sendo excluído e tachado de idiota na faculdade inteira - e isso é bem real).

Não entendo, também, o que leva alguém a fazer ameaças de processo por fatos - e não mentiras e invenções - relatados a um jornal.

Aliás, entendo: pode ser que, num lapso de justiça, os veteranos responsáveis tenham alguma punição, mesmo que leve. Pode ser que o currículo dos que participaram seja manchado. Pode ser que a reputação da tal faculdade caia bem mais. Acho que é essa a defesa que eles fazem, de uma instituição que não está nem aí para eles. Ou alguém ainda acha que a prioridade das faculdades públicas é o aluno em si, e não o conhecimento gerado por eles para proveito da própria faculdade?

E sei também que nem todo estudante de faculdade pública tem bom senso. A nata da sociedade possui seus exemplares podres, que podem demorar 4, 5 anos para adquirir algum senso na vida. Às vezes, não adquirem. Infelizmente, eles habitam muitas faculdades por aí...

Ficou grande, mas a intenção não era somente proteger minha irmã (até porque ela tá bem grandinha pra se virar - e faz isso muito bem!), mas também pra demonstrar minha perplexidade de se achar normal e tradicional um trote absurdo, violento e escroto. Pelo menos na Arquitetura, os trotes são muito mais legais, mais criativos, sem xingamentos, sem obscenidades, com muita cerveja e muita alegria. E nem por isso os bixos deixam de ter apelidos idiotas. E que seja assim por um bom tempo, sempre com bom senso e senso crítico.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco

O mundo fica mais triste a partir de hoje.
[lembrando uma conversa que tive com um dos mestres-de-obra ainda essa semana...e sem palavras pra expressar a tristeza.]

Glauco. 1957 - 2010.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tattoo

Vou fazer uma nova tatuagem, que estou devendo pra mim mesma a tempos.

A única que tenho surgiu dum surto que tive em 2004. Surto dos bons, que não me arrependo de jeito nenhum. O desenho foi meu mesmo, fruto de uma boa viagem mental.

A idéia é desenhar um skyline ao redor do antebraço esquerdo. Uma coisa bem simples. Mas enquanto não tenho lá muita inspiração, alguém aí se habilita a me mostrar uma proposta boa?

Aqui tão algumas fotos e desenhos que tem me inspirado:

Tirado daqui [lindo os desenhos do cara, por sinal!]

Esse, daqui

E essa imagem, que tô bem a fim de deixar numa linguagem parecida com a do primeiro desenho. Quase dá pra ver onde moro! Tirado daqui

Ao meu amigo ciumento

Ao cara que sempre gostou de discutir política comigo.
Ao cara que ficava me atrapalhando durante o trampo em iluminação.
Ao cara que me dava carona na pequena burgman do escritório. E que era sempre uma boa aventura pelas ruas de Campinas.
Ao cara que eu me espelhava nos bares, porque queria beber igual e ele e ainda ficar sã. [Não, nunca consegui tal proeza.]
Ao cara que me apresentava mundos diferentes.
Ao cara que me enchia falando mal da FeNEA.
Ao cara que não me apresentou minha mãe.
Ao cara que poderia ser meu padrasto.
Ao cara que me apresentou pessoas muito especiais nesse carnaval.

Mas, mais que tudo isso, ao cara que é meu braço direito em muita coisa, mesmo que ele não saiba. Porque eu sempre considerei, e muito, a opinião dele. Até mesmo nas infinitas bebedeiras na terra das andorinhas.

Não mandei email; decidi fazer um post dedicado ao meu amigo mais ciumento!