O futuro, em 2007

Bauru. Novembro de 2007:
"- É, não adianta. Vc vai ser urbanista. E eu vou ser dona das Casas Bahia!"

De repente me lembrei desse diálogo. E fico na espera da segunda parte da "profecia", haha!

Autobahn

Muito recompensador voltar do trabalho numa sexta-feira ouvindo Autobahn (Kraftwerk) enquanto o ônibus trafega num pedaço da BR 116.

Primeira semana de muitas alegrias e emoções no trampo e na vida. O equilíbrio permanece na vida, coisas muito boas com coisas muito ruins ao mesmo tempo. Mas, mesmo assim, não reclamo dessa vida não, que finalmente tá tomando um rumo bom, apesar de tudo.

Menção honrosa!

Com muito orgulho, venho aqui escrever que o TFG da Sheila, no qual eu, André e Tiago ajudamos a transformar nos padrões de apresentação do concurso da Caixa/IAB, ganhou menção honrosa na categoria profissional! Competimos com mais 10 equipes, e chegamos à final com um resultado que nos deixou extremamente felizes! Só clicar aqui pra ver as pranchas e ver a ata.

E logicamente tratei de ligar pra todo mundo amigo pra espalhar minha alegria, hehe!

Parabéns pra gente, mais parabéns pra Sheila! Bebedeira de comemoração disso e muito mais no sábado!

imagem da proposta final

Primeiro dia

Tem acontecido com frequencia que meus primeiros dias em empregos sejam bem inusitados. Em Embu não foi diferente:

O arquiteto responsável me levou nas obras que estamos pra finalizar. Tudo casinha pra baixíssima renda, na favela mesmo. Esgoto a céu aberto, ruas sendo pavimentadas, moradores paupérrimos. Deu gosto de ver a gente vendo a obra e os moradores mostrando fotos de filhos, contando das suas vidas. Acho que era isso que precisava, como trabalho e pra vida.

Em todo lugar que íamos o arquiteto me apresentava como nova arquiteta e a galera ficava me perguntando várias coisas da formação mesmo. Meio que familiarizando com a intrusa, haha!

Uma das obras tava mal finalizada, devido a um teste que não deu certo. E justo nessa obra, eis que aparece o senhor prefeito da cidade e toda sua comitiva, perguntando quando iria acabar e, logicamente, falando mal do acabamento (que tava ruim mesmo). E foi legal ver o arquiteto explicando tudo, falando porque tava ruim, e saindo nas diversas fotos oficiais. E, claro, ele me apresentou pro prefeito e, embora eu não dê lá muito valor a isso, foi bacana conhecer alguém tão importante dessa cidade. Apertamos a mão e fiquei lá, ouvindo as explicações.

Na última obra visitada, ao irmos embora, o carro fica com a bateria esgotada. Sobrou pra nós (umas 4 pessoas) empurrar o carro até que ele pegasse no tranco.

E durante todo esse passeio, que durou a manhã inteira, o arquiteto fazia questão de fazer os mais diferentes caminhos para que eu pudesse conhecer a cidade. Legal ele ter todo esse cuidado no primeiro dia, não sei se faria igual.

Bom começo, espero que signifique um bom trampo por um bom tempo!

Bar!

Frei Caneca.
Chegada: 20:30
Sábado.
2 pessoas.
7 cervejas.
2 maços de cigarro.
Muita conversa.
Muita filosofia.
Muita política.
Muita lembrança.
Saída: 03:30
Domingo.

Obrigada. De coração.

Mais mudanças

A minha vida nunca consegue ficar tranquila.

Numa semana que eu consigo ver a Débora, que eu reencontro alguns amigos da UNICAMP, que eu reencontro, depois de mais de um ano, a Vanessa, que eu consigo ver TFGs bons na Escola da Cidade de pessoas que ajudei um pouquinho que seja, que eu consigo beber sem culpa de grana, na semana que fico sabendo que meu trampo em Embu tá garantidíssimo, meus pais resolvem se separar.

Minha mãe ficou em casa, chorando. Meu pai resolveu sair de casa e agora mora num quarto alugado a 350 reais mensais na Vila Mariana. E eu fiquei sozinha num sobrado de mais de 250m². Não que isso tenha me deixado muito triste, porque era questão de tempo. Só não achei que seria tão do nada assim. E nem que seria numa época tão ruim financeiramente.

E com tanta mudança acontecendo, sei lá o que vai ser da minha vida na semana que vem.

Gibis

Depois de um longo tempo sem ler gibis, cá estou eu de volta nesse mundo.
E aqui vai uma pequena lista do que descobri e achei bacana:

- Paul Has a Summer Job (Michel Rabagliati): pelo nome parece uma história idiota. E até metade da história não parece mesmo grande coisa. Mas aos poucos dá pra sacar o caráter humanista. Resumidamente falando, conta a história de Paul, que "foge" da escola, não consegue ser feliz no trampo dele, até que recebe a oferta de participar como monitor de um camping para crianças que vivem na linha da miséria e que sofrem violência e abusos na própria casa.


- The New Adventures of Hitler (Grant Morrison): aventura surreal sobre a vida de Hitler ainda na Inglaterra, vivendo com sua cunhada. A grande empreitada de Hitler é a busca pelo Santo Graal, e nas discussões com sua "família" inglesa é que denota toda a autoridade no Hitler que conhecemos. Destaque para a aparição especial de Morrissey, logo no começo. Bom, só por ser do Morrison já sabe que vale a pena.


- Blankets (Craig Thompson): segue mais ou menos a linha do "Paul Has a Summer Job". Conta a história de vida do próprio Craig, da infância à fase adulta. Dos dramas de criança, do irmão mais novo, dos amores descobertos, da religião sempre presente. São tantos problemas e alegrias que o cara vai passando que é impossível vc não se identificar com alguns deles. Também daqueles quadrinhos que te faz pensar na vida.


- Snoopy: Ser Cachorro é um Trabalho de Tempo Integral (Charles M. Schultz): essa compilação de tiras do Snoopy é de fazer qualquer um se apaixonar por ele. Tem histórias do Woodstock, da família errante do Snoopy, do beisebal de cada dia....uma história melhor que a outra. E algumas com um fundo psicológico muito bom . Destaque para os pesadelos do Woodstock, pra sua mãe adotiva e para o Spike.


Tenho mais outros na lista de espera, mas não poderia deixar de escrever da minha decepção sobre "Maus". Falavam tão bem que achei que seria fantástico. No fim é mais do mesmo, nada de mais. A narrativa é boa, os desenhos são ótimos, mas a história é a mesma que sempre ouvimos por aí, sobre o Holocausto, o sofrimento dos judeus, da ajuda externa.....esperava mais (e fico muito feliz que não sou a única a pensar assim. Valeu Fernando!)

Casa rosada

Festa boa, muita gente querida. A maioria eu não via a tempos.

Eu nem acho que bebi muito, pro pouco tempo que fiquei lá. Mas consegui ficar mais bêbada que o normal. Ou era alegria demais, ou uma possível fuga do que vem acontecendo. Talvez tenha sido o momento que finalmente descansei mesmo.

Mas, o ruim de (re)encontros assim é que eu sempre acho que nunca aproveito tudo. E logo vem a sensação de que vai demorar outro tempo pra ver todos de novo nesse clima tão bom.

Bar B e Xangô

Dá pra contar numa mão as vezes que eu fui no Bar B. Em metade delas eu gastei mais de 40 reais. Tá, a cerveja é cara, o lanche é caro também. E dessa vez, nessa quarta-feira, não foi diferente.

Aproveitando o meio-recesso até semana que vem, fui lá comemorar o aniversário de uma amiga minha. Da minha família que não é de sangue, mas de coração. Cheguei às 21h. Pessoas indo, pessoas vindo, muita cerveja, muita conversa, saudades parcialmente matadas. Muita gente conhecida, alguns que tive o prazer de trocar algumas palavras e de conhecer melhor lá. Energia renovada de minha parte, depois de muito pensar e de chorar outro tanto.

Saímos expulsos do bar, devia ser umas 4 da manhã. Não satisfeitos, nós, os remanescentes, fomos ao Xangô. Praticamente nossa segunda casa. Daí foi das 4 até às 6 da manhã. Bebendo sem parar, logicamente.

Das 6:30 até ao meio-dia, pausa para o sono. Almoço às 15h, shopping à tarde e aí, sim, voltar pra casa de noite.

Incrivelmente eu ainda aguento bem essas saídas!

ps.: percebi que não tenho fotos do Xangô. E nem do B. Era legal pra ilustrar isso aqui....
ps2.: te amo também, moça. Saiba sempre disso.

Curitiba

Bacana demais ter ficado no centro de Curitiba e ter conhecido melhor essa cidade que eu só tinha ido uma vez, a uns 13 anos atrás. Faz mesmo muita falta não conhecer a cidade quando viajamos pra esses Conselhos da vida, ainda mais pra gente, arquitetos e urbanistas.

Foi uma passagem até tranquila por lá. Não causei tanto quanto esperavam. Mas sei que causei mal estar em muita gente, e em quem eu queria. Não ajudei tanto quanto poderia, não conversei com pessoas que gostaria. Mas retomei amizades com pessoas que não esperava. Tomei cerveja com amigos de longa data, e com recém conhecidos. Discuti com pessoas que ainda gosto muito. Perdi mais uma vez a confiança em quem eu acreditava. Tentei salvar algumas coisas, fiz questão de afundar outras.

Reafirmei em mim mesma a crise que tô passando. Algumas soluções vem e vão pela cabeça. Os problemas não só continuam como aumentam cada vez mais. Mas acho que agora tenho mais idéias de como gerenciar tudo isso. E tenho um pouco mais de força de vontade pra tudo isso.

Saindo da abstração, segunda-feira começa minha nova jornada na vida. Embu das Artes, se prepara!