terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Hora do balanço de 2011


Ano que conheci muitas favelas. E, de quebra, muitas vidas e muitas histórias. Que trabalhei nelas com um prazer imenso (em feriados, sábados e domingos). Que conheci arquitetas ótimas – inclusive ganhando uma co-orientadora. Que reafirmou em mim mesma o que quero da vida. Quem me vê hoje mal sabe o quanto da vida nesse ano me dediquei ao trabalho. E, quem sabe, ano que vem volte a esta rotina.

Ano que decidi sair de Embu, mesmo gostando muito das pessoas de lá. A politicagem falou mais alto, meu sangue subiu e não consegui ficar com a cabeça tranquila. Foi um mal extremamente necessário. Ano que reafirmei minhas convicções políticas, mesmo não podendo segui-las tão bem. As contas sempre falam mais alto que tudo.

Ano que consolidei bons amigos de Embu, e que espero que fiquem por um bom tempo presentes na minha vida. Amigos a quem sou grata todos os dias. Que eu trouxe, indiretamente, alguém que sabe fazer bem meu papel (até melhor) por lá. Alguém que espero que não desanime e seja mais forte que eu. Deixei amigos-colegas que me ensinaram que hierarquia de trabalho é a maior besteira que alguém já inventou. Hierarquia essa que me faz tanto mal hoje em dia. Amigos que me ensinaram a dar risada e mesmo assim levar o trabalho a sério. Que me ensinaram que o importante é a coletividade e o senso de ajuda ao próximo. Ano em que as conversas com a (ex)chefe firmaram meu caráter.

Ano que a única conversa com a madrinha valeu o ano inteiro. Que felizmente vi meu padrinho muitas vezes, sempre com boas conversas, idéias e conselhos. Que vi mais meus dois amigos mais antigos e nos divertimos bastante, com muitas conversas e muitos jogos. Que reativei amizade com uma distante conhecida dos tempos do colegial, e que vem me ajudando em muitas reflexões. Que revi alguns da faculdade, sempre com a mesma bebedeira e alegria de sempre.

Ano que finalmente tirei boas férias, e finalmente saí do país. Que fiquei de boa em Recife, com praia e camarão à vontade.  Que consegui me desligar e pude descansar, mesmo com o trampo paralelo correndo à vontade.

Ano em que decidi mergulhar no futuro mestrado, mas que vi o falecimento da minha futura orientadora. Coisa que não pude pensar até hoje em como assimilar [e toda vez que penso me traz uma grande dor].

Ano de muito movimento, mas que pra mim ainda não acabou. Enquanto não me firmar novamente, o ano vai escoando...quem sabe, em abril, no meu ano novo particular, tenha melhores notícias!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Do centro velho



Tenho um amigo que se tornou uma das pessoas mais importantes pra mim, de 2006 pra cá. Ele não é meu amigo de faculdade, de colegial, não me conhece a tempos. Mas é a pessoa que mais recorro quando quero ir pro bar falar da vida. Principalmente quando alguma coisa muito ruim acontece comigo. Porque eu sei que, além dele me acalmar, vai me fazer ver a vida diferente e me puxar pro que eu realmente preciso fazer.

Ele é daqueles que xinga quando tem de xingar, não importa quem seja [e já me xingou diversas vezes - mas, obviamente, eu levo a sério e acabamos tomando mais cervejas e discutindo mais coisas]. Ele é daqueles que uma conversa de bar dura 8 horas, e que a cada meia hora eu teria uma vida pra pensar sobre o assunto. Ele é a pessoa com quem eu aprendi realmente o que é Política, o que é mediar debate, o que é ter uma visão e saber abrir mão dela em prol do coletivo. Não que eu saiba fazer isso muito bem.

Ele é daqueles que me ouve falar dos meus problemas prosaicos e até relativamente simples, mas que pra mim são grandes pedras no caminho. É quem me ouve falar dos problemas da minha família e me faz ver o lado bom e como resolver tudo. É quem tem paciência de ficar horas me falando da vida e eu mais ouvindo que comentando. É quem tem paciência de me ouvir falando da vida e das minhas angústias.

E não acho que seja por causa de um "simples" ritual que ele tenha se tornado tão importante pra mim. Não acho que seja depois daquilo que me fez ficar tão ligada a ele, e nem acho que foi isso que o faz ter a obrigação de me ouvir sempre. Porque quando ele decidiu aparecer quase do nada na UNICAMP, em outubro de 2006, sem me conhecer direito, isso já queria dizer alguma coisa. Talvez não pra ele, mas foi naquela hora que eu vi que teria um amigo pro resto da vida, ele querendo ou não.

E escrevi tudo isso porque essa madrugada [21/07/09 - meus pais estavam prestes a se separarem] foi mais um dia de bar com ele. Mais de 6 horas bebendo e falando da vida. Do passado, do presente e do futuro. E talvez ninguém mais imagina como isso me faz bem.

[De 2009 pra cá, conseguimos nos ver com muita frequência. Já passamos por muitas angústias e alegrias, sempre compartilhadas. Ele me ensinou o básico sobre Dança e me fez ver muitos espetáculos de uma arte que nunca soube entender. Em pouco mais de 6 anos, a amizade segue cada vez mais forte. E as cervejas, mais frequentes do que nunca!]