terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um conto paulistano


Eu quase nunca faço questão de defender meus pontos de vista. Julgo que estou sempre certa, e que as pessoas vão me entender de qualquer jeito.

Ela faz questão de provar por A+B como estou errada e em qual momento eu perdi, de um jeito tão acintoso que me perco mais ainda.

Eu sou da cultura inútil, dos quadrinhos, das bandas de rock dos anos 60. De falar besteira e de não me importar muito com teorias políticas.

Ela é do marxismo, da literatura política, do pagode. De comentar tão apaixonadamente sobre política, capitalismo, comunismo, que é difícil não gostar da conversa.

Não são tantas coisas em comum, mas só sei que aprender tudo isso e me perder, cada dia mais, a cada conversa, a cada gesto, a cada discussão, a cada sorriso, tem feito minha vida mais feliz a cada dia.

Um mês de deriva que me fez descobrir o que sou, que me fez ver o quanto sou ignorante, o quanto sou teimosa. Mas que também me fez descobrir o zelo, o carinho, a felicidade, a cumplicidade.

E sigo (me) perdendo, como nunca aconteceu na vida. E descobrindo o quanto gosto disso.