Primeiro dia

Tem acontecido com frequencia que meus primeiros dias em empregos sejam bem inusitados. Em Embu não foi diferente:

O arquiteto responsável me levou nas obras que estamos pra finalizar. Tudo casinha pra baixíssima renda, na favela mesmo. Esgoto a céu aberto, ruas sendo pavimentadas, moradores paupérrimos. Deu gosto de ver a gente vendo a obra e os moradores mostrando fotos de filhos, contando das suas vidas. Acho que era isso que precisava, como trabalho e pra vida.

Em todo lugar que íamos o arquiteto me apresentava como nova arquiteta e a galera ficava me perguntando várias coisas da formação mesmo. Meio que familiarizando com a intrusa, haha!

Uma das obras tava mal finalizada, devido a um teste que não deu certo. E justo nessa obra, eis que aparece o senhor prefeito da cidade e toda sua comitiva, perguntando quando iria acabar e, logicamente, falando mal do acabamento (que tava ruim mesmo). E foi legal ver o arquiteto explicando tudo, falando porque tava ruim, e saindo nas diversas fotos oficiais. E, claro, ele me apresentou pro prefeito e, embora eu não dê lá muito valor a isso, foi bacana conhecer alguém tão importante dessa cidade. Apertamos a mão e fiquei lá, ouvindo as explicações.

Na última obra visitada, ao irmos embora, o carro fica com a bateria esgotada. Sobrou pra nós (umas 4 pessoas) empurrar o carro até que ele pegasse no tranco.

E durante todo esse passeio, que durou a manhã inteira, o arquiteto fazia questão de fazer os mais diferentes caminhos para que eu pudesse conhecer a cidade. Legal ele ter todo esse cuidado no primeiro dia, não sei se faria igual.

Bom começo, espero que signifique um bom trampo por um bom tempo!