quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Do centro velho



Tenho um amigo que se tornou uma das pessoas mais importantes pra mim, de 2006 pra cá. Ele não é meu amigo de faculdade, de colegial, não me conhece a tempos. Mas é a pessoa que mais recorro quando quero ir pro bar falar da vida. Principalmente quando alguma coisa muito ruim acontece comigo. Porque eu sei que, além dele me acalmar, vai me fazer ver a vida diferente e me puxar pro que eu realmente preciso fazer.

Ele é daqueles que xinga quando tem de xingar, não importa quem seja [e já me xingou diversas vezes - mas, obviamente, eu levo a sério e acabamos tomando mais cervejas e discutindo mais coisas]. Ele é daqueles que uma conversa de bar dura 8 horas, e que a cada meia hora eu teria uma vida pra pensar sobre o assunto. Ele é a pessoa com quem eu aprendi realmente o que é Política, o que é mediar debate, o que é ter uma visão e saber abrir mão dela em prol do coletivo. Não que eu saiba fazer isso muito bem.

Ele é daqueles que me ouve falar dos meus problemas prosaicos e até relativamente simples, mas que pra mim são grandes pedras no caminho. É quem me ouve falar dos problemas da minha família e me faz ver o lado bom e como resolver tudo. É quem tem paciência de ficar horas me falando da vida e eu mais ouvindo que comentando. É quem tem paciência de me ouvir falando da vida e das minhas angústias.

E não acho que seja por causa de um "simples" ritual que ele tenha se tornado tão importante pra mim. Não acho que seja depois daquilo que me fez ficar tão ligada a ele, e nem acho que foi isso que o faz ter a obrigação de me ouvir sempre. Porque quando ele decidiu aparecer quase do nada na UNICAMP, em outubro de 2006, sem me conhecer direito, isso já queria dizer alguma coisa. Talvez não pra ele, mas foi naquela hora que eu vi que teria um amigo pro resto da vida, ele querendo ou não.

E escrevi tudo isso porque essa madrugada [21/07/09 - meus pais estavam prestes a se separarem] foi mais um dia de bar com ele. Mais de 6 horas bebendo e falando da vida. Do passado, do presente e do futuro. E talvez ninguém mais imagina como isso me faz bem.

[De 2009 pra cá, conseguimos nos ver com muita frequência. Já passamos por muitas angústias e alegrias, sempre compartilhadas. Ele me ensinou o básico sobre Dança e me fez ver muitos espetáculos de uma arte que nunca soube entender. Em pouco mais de 6 anos, a amizade segue cada vez mais forte. E as cervejas, mais frequentes do que nunca!]

Um comentário:

Raquel disse...

me apresenta, pô!