quarta-feira, 30 de junho de 2010

Embu

Por esses dias, mais precisamente dia 22 de junho, fez um ano que estou trabalhando em Embu. Diferentemente dos empregos anteriores, esse eu não vejo perspectiva de sair tão cedo. De vários pontos de vista, não é um trabalho bom. Não ganho tão bem quanto uma arquiteta deveria. Trabalho muito mais que as 8 horas diárias [incluindo alguns fins de semana]. É estressante lidar com comunidades difíceis quase sem ajuda. É penoso demais tratar com empreiteiros ruins. Nessa semana e algumas anteriores, tenho ficado com um mal humor e desânimo que nunca tinha visto em mim mesma.

Mas tenho muita sorte de contar com uma chefe muito compreensiva, que me pede pra respirar fundo e ter calma quando chego das obras completamente desanimada e xingando meio mundo. Que me dá carona com muita conversa boa, sempre com um desabafo de ambas as partes, sempre com muita compreensão. Tenho sorte de ter um amigo-colega arquiteto que me faz dar risada e me permite tirar sarro dele, pra ter alguma risada no meio de um monte de problemas que não conseguimos resolver. Coisas que fogem à nossa alçada. De colecionar figurinhas da copa comigo e de conversar sobre os problemas do mundo, tentando, ambos em vão, solucioná-los.

Diria que o ambiente de trabalho é muito bom, mesmo com algumas pessoas que me trazem uma energia negativa muito forte [bom, vocês sabem, eu acredito na energia que passamos de um para outro].

O fato é que os dois arquitetos do trampo me fazem ver o lado bom de se trabalhar no poder público, me fazem ver que não sou a única idealista nesse mundo dessa forma, me fazem ver meus erros e me ajudam sempre que preciso (e sempre que não peço ajuda). Me fazem ver que o pouco que fazemos todo dia, e as muitas conversas pós expediente ajudam e muito esta cidade da região metropolitana de SP esquecida por muita gente que deveria estar lá, nos ajudando. Me fazem conhecer gente nova que me acrescenta muito na vida, mesmo eu retornando tão pouco perto deles.

Acho que vou ter sempre um carinho enorme por Embu. Pelas pessoas, pelas coincidências de um mundo cada vez menor. Pela oportunidade e pela experiência. Pelo prazer de viajar todo dia, pelos bares de algumas noites estafantes.

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