quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Fumantes e afinidades

Comecei a fumar em 2002, logo que fui pra Campinas. Meio tarde pra adquirir um novo vício, mas a família de sangue não dava trégua, e eu não tinha com quem desabafar. Apelei pra bebida e pro cigarro. Hoje, passados quase 8 anos, consigo maneirar na bebida. Já o cigarro vai demorar mais um tempo pra pensar em parar, ainda mais com as tensões da nova vida.

Mas não era sobre isso que queria falar. Eu nunca tive muitos amigos fumantes. Na verdade, minha turma original de faculdade era bem saudável - fora os moleques, que bebiam absurdo e que eu sempre acompanhei bem. A turma adotada, um ano mais nova que a minha, já era bem mais de bebidas. Mas o cigarro continuava de fora, exceto em raras exceções de bebedeira excessiva dos bixos, que me pediam um cigarro atrás do outro. Era com essa turma mais nova, mais especificamente três pessoas, que acabava me dando muito bem.

Um dia, em Embu, ficamos falando sobre fumantes em geral, e alguém me disse que os fumantes tem um pensamento parecido, ou que conseguem se entender melhor. Nunca tinha pensado muito nisso, até reparar em todos os amigos que tenho.

E, de certa forma, faz sentido. Da família de coração, a maioria são fumantes. Em maior ou menor grau. Já com os três da turma mais nova, que mais me filavam cigarro, são os que mantém o sonho de um escritório em conjunto. Nem preciso dizer que a afinidade é grande, mesmo que nenhum deles tenha mantido o hábito.

Há exceções, mesmo que tardias. Nesse fim de semana em Mococa, eu continuava sendo a única fumante da turma original. Tivemos altos e baixos por uns sete anos, mas continuamos bem unidos. Mesmo todo mundo muito mais saudável que eu.

Mas é com os sócios e com a família de coração que, definitivamente, me sinto em casa. Tendo a certeza de que qualquer mal entendido, caso exista, vai ser resolvido ou esquecido em pouquíssimo tempo. Tendo a certeza de que não vai ter rancor guardado por qualquer brincadeira mal-entendida.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Já o cigarro vai demorar mais um tempo pra pensar em parar, ainda mais com as tensões da nova vida."
Não faça do cigarro a solução de algum problema, fumar mata a pessoa e não os problemas. Se estiver feliz fume para comemorar, assim o cigarro será só mais um prazer em sua vida!

leila disse...

é, sr. anônimo...de qualquer forma, mata. e sei que cigarro não soluciona nada, mas dá um tempo necessário pra pensar na vida.