quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnaval na Juréia

Não é segredo que eu não curto o carnaval. Não sei precisar porque, mas não gosto. Curto o feriado em si, momento de descanso e de viagem.

Quase todo carnaval eu ia pro litoral sul. Era o momento do ano de visitar os parentes que moram por lá. Então, todo carnaval eu passava em Iguape, Barra do Ribeira e Juréia, com meus pais e irmãos. Às vezes era bem legal, mas na maioria das vezes era um suplício. Basicamente por conta das eternas brigas entre meus pais. Era bom porque era o único momento do ano que eu via o mar.

Nesse ano o lugar foi quase o mesmo, mas num contexto e numa viagem completamente diferente. A convite de um grande amigo meu, fui acampar dentro da Estação Ecológica da Juréia, junto com amigos dele e mais uma amiga nossa, da faculdade. Que, depois da viagem pra Mococa, se tornou mais próxima de mim.

A Estação é uma área em que a presença humana não é permitida por lei. Ninguém, além de pesquisadores e funcionários do Instituto Florestal, pode entrar lá. Muito menos acampar. Um amigo conhecido lá nos deu estadia na casa da família, que mora lá desde que o Brasil foi "descoberto". Desse modo, tivemos a chance de passar alguns dias num lugar bem deserto, sem energia elétrica, com praias e cachoeiras maravilhosas. Isolados do mundo, lutando - literalmente - contra as mutucas, conversando bastante sobre a vida, sem a música "moderna" de carnaval, sem farofeiros, sem gente sem noção.

Impossível descrever bem sobre a trilha de mais de 4 horas, das cachoeiras uma mais linda que a outra, da hospitalidade da família, das músicas típicas dos caiçaras, da dança até às 5 da manhã, da bebedeira no meu último dia por lá, do carinho dos amigos recém-conquistados, da carona de moto pela praia semi-deserta até a Barra do Una. Tudo parece muito, muito surreal pra ter acontecido de verdade. Mas que vou guardar na memória por um bom tempo como uma das melhores viagens que já fiz na vida.

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