sábado, 26 de setembro de 2009

Death Note


Essa semana li, pela terceira vez, o mangá Death Note. Não sou do tipo que só lê um estilo de quadrinhos, não tenho preconceito nenhum com o povo bombado da Marvel, os magrelos de olhos grandes do mangá e os mais de arte que tem por aí. E eu já fui bem fanática por mangá (aos 15, 16 anos, aprendi a ler japonês - não a entender -, ia na Liberdade comprar mangás originais, desenhava e estruturava várias histórias nesse estilo, e assistia o pouco que passava na tv brasileira e pedia a amigos descendentes fitas vhs com séries que passavam só no Japão. Uma hora cansei de ser fanática e resolvi curtir outras coisas na vida.)

Enfim, o mangá trata-se de um garoto chamado Raito Yagami, um cara gênio que acha que o mundo está podre. Certo dia, encontra um caderno jogado no chão chamado "Death Note", no qual, dentre as muitas regras escritas, diz que ao escrever o nome de alguém nele, a pessoa morre. Descrente, mas ao mesmo tempo curioso pela veracidade, ele escreve o nome de dois criminosos que vê na tv e, segundos depois, é noticiada a morte deles.

Convicto de que não é coincidência, e seguindo seu senso de justiça bem singular e às vezes bem banal (de eliminar as pessoas que não prestam no mundo, segundo sua ótica - e isso inclui tanto criminosos de alto calibre quanto estudantes vagabundos que nada acrescentam ao mundo), ele começa a arquitetar um plano de eliminação e de uma série de assassinatos. Lógico que suas ações são percebidas pela polícia e pela mídia. Começam a correr boatos pela internet sobre o novo deus, batizado de "Kira" (killer, na "tradução" japonesa), e muitos o têm em grande conta. E é junto à polícia que surge L, o maior investigador do mundo, também gênio e tão inteligente quanto Raito.

A partir daí, configura-se uma trama de perseguição, de denúncias, e um quebra-cabeça gigantesco vai se montando e desmontando ao mesmo tempo. No fim, o que menos importa são as mortes e os motivos, mas sim a investigação como um todo e os passos de cada lado, tanto de Raito quanto de L. A história, que parece bem idiota, ganha novos ares e uma nova interpretação graças ao modo de condução da narrativa, muito bem levada.

Contar mais do que isso vai fazer perder toda a graça da série, mas aos que tem paciência e não tem preconceito ao traço japonês, Death Note é leitura obrigatória, que prende a atenção e te deixa um tanto angustiado a cada volume lido.

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