quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Trajetória

Quem me conhece sabe que nunca fui do tipo engajado. Na faculdade, dava prioridade ao meu trampo de iluminação residencial, comercial e essas coisas, porque precisava me sustentar em Campinas. Precisava de um trampo que pagasse bem, não importava o que era. Nunca fui de movimento estudantil, de lutar por coisas melhores na faculdade, essas coisas. Primeiro porque minha visão política era extremamente deturpada; segundo porque nunca achava que teria tempo pra me dedicar a isso; terceiro, era desinteresse mesmo.

Daí veio setembro de 2006. Quem me conhece sabe, também, o quanto a FeNEA me mudou. Resolvi levar a bandeira da Reforma Urbana nos Conselhos da vida, ao mesmo tempo em que era convidada a fazer parte do Núcleo pela Reforma Urbana, uma tentativa de discussão do assunto com demais estudantes da UNICAMP. Mas esse eu deixei de lado por não acreditar nas pessoas. Ao contrário, na FeNEA eu acreditava demais no povo, e por isso essa caminhada deu mais certo.

Fiz parte de maneira mais séria do Centro Acadêmico da curso, virei diretora da FeNEA, e continuei trabalhando no mesmo trampo de iluminação, agora para me manter em Campinas e pagar minhas viagens pelo Brasil. Foi muito bom enquanto durou.

Agora, formada e de volta pra São Paulo, precisava de algum trampo aqui pra sair da casa dos meus pais. Acabei, depois de um bom tempo, conseguindo um trampo em Embu. Fantásticamente por causa da FeNEA: queriam alguém que manjasse de Estatuto da Cidade, Reforma Urbana e coisas correlatas. Como meu currículo não tem nada dessas coisas (foram 5 anos na área de iluminação), tratei de colocar os textos feneanos que tinha feito durante minha trajetória. Não sei se eu era a única opção ou se os textos ajudaram mesmo, mas o fato é que foi isso que chamou a atenção pra minha pessoa e hoje, depois de um mês e meio, estou trampando com regularização fundiária, reurbanização de favela e essas coisas. O primeiro passo que sempre quis, depois de formada.

Num breve resumo, eis o porque de eu estar em Embu. Numa próxima postagem escrevo sobre a cidade, suas favelas, seu povo e sua cultura.

Um comentário:

Evelyn, disse...

valeu, leila!